Resenha - À Espera de Um Milagre (Stephen King)

Título: À Espera de Um Milagre

Autor: Stephen King

Número de Páginas: 400

Editora: Suma de Letras

Avaliação: ✰✰✰✰✰ (5/5)

Vai ser difícil falar desse livro porque foi uma história muito especial pra mim. Completamente diferente do estilo "padrão" do King. Não tem nada de terror neste livro (aos que não gostam do gênero e querem ler King, essa é uma ótima escolha). É um drama que se passa no Bloco E da penitenciária de Cold Mountain, contando a história de Paul Edgecombe, chefe dos guardas deste bloco.

O livro é narrado por Paul em sua fase idosa, quando se encontra em um asilo e decide que irá escrever sobre o ano de 1932, seu último ano de trabalho no Bloco E e também o ano de John Coffey. Mas o que seria esse Bloco E? É o local para onde são enviados os condenados à morte na cadeira elétrica, muito conhecido como Corredor da Morte, mas chamado pelos guardas desta penitenciária de Corredor Verde, devido à coloração do piso. Ao longo da narrativa, conhecemos a história de todos os presos que estiveram no local durante aquele ano (quatro no total), mas John Coffey possui uma história especial. Condenado à morte pelo assassinato e estupro de duas meninas, conhecidas como as gêmeas Detterick, é um homem com mais de 2 metros de altura que, apesar disso, nunca promove o caos (como outros prisioneiros). Está sempre chorando e falando coisas que não fazem sentido. Porém, com o passar do tempo, uma série de coisas acontecem e Paul acaba por descobrir um dom mágico de Coffey: o poder da cura. A partir disso, Paul percebe que todas as atitudes do condenado indicam para uma pessoa extremamente bondosa e de bom coração, sem entender muito da realidade do mundo, mas se esforçando pra ajudar sempre que pode. Considerando tudo isso, se inicia a suspeita de que Coffey, na verdade, não é o culpado pelo assassinato e estupro das gêmeas Detterick, apesar de ter sido encontrado com ambas nos braços, no dia do ocorrido.

Este livro me fez perceber que muitas vezes, pessoas que fazem coisas horríveis podem se arrepender e guardar, no fundo, um bom coração. Não acredito que isso aconteça em todos os casos, muito menos que os culpados não devem ser punidos pelo que fizeram, mas, ao menos, acredito que alguns possam se arrepender verdadeiramente. 

Existem muitas cenas emocionantes ao longo do livro, algumas que te deixam extremamente triste, outras extremamente furioso. Digamos que um dos guardas não costuma colaborar muito pela paz no Bloco E, acredito que todos que lerem o livro irão odiá-lo. Seu nome é Percy, apresentado logo nos primeiros capítulos.

Achei que o King foi MUITO prolixo neste livro, principalmente na primeira metade. Muitas vezes fugindo do assunto, contando histórias que não eram necessárias pro enredo do livro, mas, ainda assim, ao terminar de ler, achei que cada palavra valeu a pena. Só não comece o livro achando que vai ler uma história sobre John Coffey e seus dons de cura (como eu esperava), porque, na verdade, a história é de Paul Edgecombe e ele decide narrar muitas outras cenas, além das que envolvem Coffey.

Por fim, achei o livro muitíssimo bom. Adorei ter essa experiência de ler um drama escrito pelo King, já que estava acostumada com outro tipo de história. Recomendo muito! Impossível não dar 5 estrelas para uma história tão envolvente, amei. 

Filme: Assisti o filme ontem e recomendo muitíssimo também. Claro que o livro é infinitamente melhor, por te mostrar os pensamentos e angústias dos personagens que são imperceptíveis no filme. Algumas cenas são diferentes mas, no geral, o filme é bem fiel ao livro.